“Cidades de Papel” é uma excelente adaptação literária
09/07/2015 11:51 AM
John Green está para os jovens adultos assim como Nicholas Sparks está para as mulheres. Ambos fazem enorme sucesso literário e seus filmes são certeza de público. Bem, ao menos o primeiro está tendo provando disso recentemente graças ao estrondoso sucesso de A Culpa é das Estrelas que estreou no ano passado.
Entretanto, Cidades de Papel é uma adaptação ainda mais fiel do livro, que conta com pequenas modificações que de acordo com o próprio autor, ficaram até melhores do que havia escrito.
Quentin ou Q como é chamado pelos amigos é um garoto comum. Está no último ano do colégio, tem dois melhores amigos e pronto para ingressar na faculdade de medicina no próximo semestre. No entanto, tudo muda quando sua antes melhor amiga de infância e ainda vizinha Margo Roth Spielgman bate em sua janela na madrugada e propõe uma aventura para que ela possa consertar algumas pendências pessoais. Os dois então partem numa jornada se vingando daqueles que traíram a confiança de Margo. A noite é extremamente divertida e Q sente que era o que precisava para se reaproximar da garota que sempre foi sua paixão. Porém, ela não aparece no colégio no dia seguinte e nem nos outros dias. Margo desapareceu e seus pais não parecem nem um pouco preocupados, diferente de Q que sente que precisa encontrá-la. É quando a primeira pista deixada pela menina surge e ele, Ben e Radar começam a refazer os passos de Margo a fim de conseguirem descobrir seu paradeiro. Mas, o caminho lhes reserva muito mais do pensam.
Cidades de Papel pode ser considerado o melhor livro de John Green e o filme segue a mesma linha.
As mensagens são muitas e todas transmitidas de forma clara e sutil, tal qual as páginas do livro. Quentin ao se lançar nessa missão de encontrar Margo acaba estreitando ainda mais os laços de amizade que possui com Ben e Radar e descobrindo que nem sempre conhecemos tão bem as pessoas. É quase um olhar sem de fato enxergar. Quentin via apenas a garota que ele queria ver e não quem Margo era realmente.
Aliás, essa espécie de “filtro” existe também nos demais personagens que se apresentam de um jeito e aos poucos, durante a missão de Q, vão mostrando como realmente são. Não que todos sejam falsos, como as cidades de papel que a personagem de Margo tanto ama, mas, eles na verdade usam armaduras e se projetam de modo que passem a ser aceitos por todos.
Por focar mais na amizade e companheirismo dos personagens, que são incrivelmente cativantes, fica mais fácil para o espectador conseguir criar empatia e uma ligação com o longa. O roteiro, tal qual o livro, é recheado de cenas de humor e as risadas são garantidas, em especial por conta de Ben vivido pelo ator Austin Abrams que dá um show. O trio de amigos possui química e entrosamento singular, o que garante cenas mais críveis e atuações honestas.
O casal principal tem seus momentos, mas Cara Delevingne parece não se encaixar tão bem naquilo proposto e por sorte sua personagem possui poucas cenas e serve – assim como no livro – de ponte para que o personagem de Nat Wolff mude a perspectiva de vida e a visão do mundo.
Cidades de Papel promete encantar bem mais do que A Culpa é das Estrelas, especialmente pela temática mais tangível.
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